
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
MEC CANCELA ENEM POR SUSPEITA DE FRAUDE
Tentaram vender a prova
Na tarde de ontem o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem.O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.
Segundo reportagem do jornal 'O Estado de S. Paulo', que afirma ter tido acesso à prova que seria aplicada, pessoas avisaram o jornal sobre o vazamento e contaram ter obtido a prova por meio de funcionários do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), organizador da avaliação.
Nova data do Enem 2009
O MEC estuda remarcar o exame nos próximos 45 dias. Uma segunda versão da avaliação, que já"Os indícios de que houve furto de exemplares são fortes. Não nos resta outra alternativa a não ser adiá-la [a prova]", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad ao telejornal 'Bom Dia Brasil', da Rede Globo.
Mais de 4 milhões de pessoas se inscreveram para fazer o exame. O número é recorde, segundo o MEC.
O ministro afirmou ainda que os inscritos no exame permanecem inscritos, e sugere que os estudantes utilizem o tempo até a nova data da aplicação da prova em prol do estudo. "Agora é continuar estudando e esperar pela remarcação do Inep", afirmou.
A prova seria realizada no sábado (3) e no domingo (4), em 10.385 escolas diferentes de 1.826 municípios com, ao todo, 113.857 salas de prova.
O Enem 2009 terá uma redação e quatro provas com 45 questões objetivas, dentro das seguintes áreas: ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias.
Este ano, o inscrito no Enem terá o direito de participar do vestibular unificado do MEC. Ele poderá optar por cinco cursos em instituições federais e, de acordo com o desempenho, simular a posição na graduação pretendida, em comparação com as notas dos demais concorrentes.
Além de substituir o processo seletivo pela prova do MEC, as universidades federais puderam optar ainda por outras três formas de adesão ao Enem 2009. São elas: substituir apenas a primeira fase do vestibular; combinar a nota do Enem com a nota do vestibular tradicional (nesta modalidade, a universidade fica livre para decidir um percentual do Enem que será utilizado na média definitiva); usar o Enem como fase única apenas para as vagas ociosas da universidade.
CURSO: Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC
ENEM - 2009- informe
01 de outubro de 2009
Enem adiado - Nota Oficial
O Ministério da Educação informa que as provas do Enem marcadas para este final de semana foram adiadas por motivos de segurança.
O Inep já possui uma segunda prova e deve anunciar a nova data nos próximos dias, depois de reorganizar a logística.
O Ministério da Educação já tomou providências junto ao Ministério da Justiça e a Polícia Federal no sentido de apurar eventuais responsabilidades criminais relativas ao vazamento.
Os estudantes inscritos serão comunicados oportunamente pelos meios habituais da confirmação da nova data e do local das provas.
Em razão do adiamento, o resultado final das provas, inicialmente previsto para o dia 8 de janeiro, deve atrasar em cerca de um mês.
O Ministério da Educação trabalha para minimizar os efeitos do atraso.
Assessoria de Imprensa Inep/MEC
ENEM - 2009
Polícia Federal investiga furto de mais provas do Enem
LAURA CAPRIGLIONE
AFONSO BENITES
da Folha de S.Paulo
O grupo que vazou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) furtou ao menos dois exemplares da prova. Mas a Polícia Federal já investiga a possibilidade de outro conjunto de questões também ter sido subtraído antes da prova.
Veja o conteúdo da prova do Enem que vazou
Novo Enem terá apoio dos Correios e da Polícia Federal
Entenda o caso sobre o desvio das provas do Enem
Aumentou o número de suspeitos de envolvimento no vazamento, com a confissão de dois jovens contratados pelo Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, responsável pela produção e aplicação da prova), que admitiram ontem ter retirado exemplares da prova de dentro da gráfica Plural, que imprimia os exames.
Até a conclusão desta edição, cinco pessoas já haviam sido indiciadas: Felipe Pradella (furto, violação de sigilo e extorsão); o dono de pizzaria Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camilo Craid (violação de sigilo, corrupção passiva e estelionato); "Felipe" e "Marcelo", os novos personagens (furto e violação de sigilo).
A polícia investiga agora a participação de uma mulher no furto de uma terceira prova.
Ontem, a PF interrogou Felipe Pradella, o "organizador de caixas" contratado pela Connasel, fotografado quando tentava vender, por R$ 500 mil, um exemplar da prova para jornalistas de "O Estado de S. Paulo", que noticiou o vazamento.
Pradella negou que tenha furtado a prova. Segundo sua advogada, ele confessou ter recebido a prova das mãos de um amigo que prestava serviços dentro da gráfica. Pradella admitiu que tentou vender a prova aos jornalistas.
Por indicação de Pradella, a polícia chegou ao nome de um dos rapazes que teria furtado o exame. Este, por sua vez, denunciou o terceiro nome, que também trabalhava dentro da gráfica. "Felipe" e "Marcelo" tornaram-se, assim, suspeitos de coautoria no crime de furto.
Na cueca
PUBLIFOLHA/PUBLIFOLHA |
Os dois jovens disseram que uma das provas foi retirada pelo próprio Felipe Pradella de uma caixa e, em seguida, escondida na roupa de um deles, que assim a retirou da gráfica.
O terceiro funcionário do Connasel envolvido no vazamento assumiu que escondeu uma prova dentro da cueca e saiu com ela da gráfica.
Ontem, esses dois novos personagens, vestidos com jeans e camiseta, se apresentaram na sede da PF de São Paulo.
A Plural foi contratada pelo Connasel para imprimir e fazer o acabamento de 9,4 milhões de provas (4,7 milhões por dia de exame). Os trabalhos de divisão das provas por escolas e salas de aula, de colocação de lacres, de logística de distribuição, de transporte e de segurança couberam a outras empresas, que foram contratadas pelo consórcio para o exercício dessas funções específicas.
DVD
A Plural entregou ontem à PF 136 cópias de DVDs com imagens captadas nos 36 dias que durou o trabalho na gráfica.
"Felipe" e "Marcelo", que haviam sido contratados pelo consórcio para fazer a separação e o ensacamento das provas, apontaram nas imagens o local e momento em que consumaram o furto. Já se sabe que uma das provas foi retirada da gráfica por volta das 3h do dia 21 de setembro. A outra prova foi desviada na madrugada do dia seguinte.
A advogada Claudete Pinheiro da Silva, defensora de Felipe Pradella, disse que a gráfica não era um ambiente seguro para impressão das provas do Enem.
"A polícia já viu a fragilidade dos serviços prestados. Segundo comentários de um delegado federal, esse lugar era uma festa", disse a advogada, após acompanhar o depoimento de seu cliente por sete horas.
Conforme Claudete, nenhum funcionário era revistado nem na entrada nem na saída da gráfica e as imagens dos DVDs que já estão com a polícia mostram que "muitas pessoas tinham acesso às provas".
Segundo o diretor-geral da Plural, Carlos Jacomine, a partir do dia 20, uma área foi reservada na gráfica a pedido do consórcio para que as provas fossem embaladas. Toda a administração desse espaço e o controle de acesso eram feitos por seguranças do Connasel.
Ainda de acordo com a advogada, o interesse de Pradella e do DJ Gregory era obter dinheiro com a venda de um "furo" jornalístico. Gregory pediu ao dono de pizzaria Luciano Rodrigues, de quem é amigo, para indicar jornalistas que se interessassem pela prova.
"Felipe Pradella não tinha noção de que vender esse tipo de matéria era um crime", declarou a advogada. "Se ele quisesse vender a prova, teria procurado os interessados nela, e não a imprensa", acrescentou.